Foram muitas. Algumas, acreditamos, sequer foram registradas. O holocausto foi um momento negro na História. Nas mãos de médicos como Josef Mengele, Sigmund Rascher, Eduard Wirths e Werner Fischer, a criatividade humana mostrou seu lado obscuro realizando experiências em judeus, ciganos, homossexuais, deficientes físicos, mentais e outras pessoas definidas como "inferiores".
Para explicar melhor, dividimos estas experiências terríveis em 3 categorias - militar, eugenia e ciência geral:
MILITAR
Visavam sempre aplicações para aumentar a eficácia dos soldados nos campos de batalha.
Congelamento: as vítimas, algumas vezes com termômetros inseridos no ânus, eram submergidas em água semi congelada ou expostas nuas no gelo para calcular a resistência máxima do ser humano ao frio. Mesmo após a morte por hipotermia, os experimentos continuavam: eram testados métodos de reanimação.
Aquecimento: assim como os testes de congelamento, os de aquecimento previam determinar o limite do corpo humano diante do aumento de temperatura. Os prisioneiros foram submetidos a luzes incandescentes ou caldeirões com água fervente, muitas vezes logo após quase terem sido congelados (para tentativa de reanimação no quase-morte). Morriam queimados ou com o sangue fervido irrigando todo o corpo e matando as células. Não há registros de sobreviventes nestas experiências.
Pressão: a fim de saber a altitude segura para os soldados, os médicos nazistas submetiam os presos à testes de pressão onde, geralmente, eles perdiam a consciência ou morriam com horrorosas convulsões por excessiva pressão intracraniana. Das 200 vítimas, 80 morreram durante os experimentos e os demais foram executados depois.
Água do mar: um grupo de 90 ciganos foi deixado em uma câmara, recebendo apenas pouco alimento e água do mar. De tão desidratados, eles eram vistos lambendo os azulejos recém-lavados no desespero de absorver qualquer resquício de água potável.
Estilhaços: a Dra. Herta Oberheuser, famosa pelo seu sadismo e responsável por algumas das piores mortes nos campos de concentração, inseria nas vítimas pregos, cacos de vidro, serragem e lascas de madeira para simular as condições de luta entre os soldados.
Herta Oberheuser
Fome: milhares de prisioneiros, inclusive muitas crianças, foram deixados sem alimento em testes de subnutrição.
EUGENIA
Injeção química: um preparado de iodo e nitrato de prata foi injetado nas cobaias humanas. Não só se mostrou muito eficaz como surtiu terríveis efeitos colaterais, como câncer. Quando não eram injetadas diretamente no útero da vítima, causando uma dor intensa seguida de inflamação dos ovários, espasmos no estômago e hemorragia interna.
Radiação: sem que os prisioneiros soubessem, eles foram submetidos a radiação e, em menos de 3 minutos, estavam completamente estéreis. Foi a melhor forma que os médicos nazistas encontraram, chegando a esterelizarem mais de 400 mil. Continuando o experimento, algumas vítimas foram expostas a radiação direta em seus órgãos genitais, o que gerava dor extrema e queimaduras. Os que não morriam de imediato eram levados para as câmaras de gás, pois os machucados os deixava inúteis para o trabalho.
Dissecação de vivos: para tentar identificar alterações físicas, pessoas mestiças foram dissecadas ainda com vida.
Diferença "racial": diversas pessoas de diferentes etnias foram infectadas com as mesmas doenças para que eles analisassem a evolução da enfermidade em cada "raça".
CIÊNCIA GERAL
Testes com gêmeos: Mengele foi o maior expoente nesse assunto. Tratava gêmeos de uma forma melhor que os demais. Depois os levava para experimentos absurdos. Tentou gerar gêmeos siameses interligando seus vasos sanguíneos assim como alterar a cor dos olhos injetando pigmentos diretamente nos globos oculares. Dos mais de 1.500 gêmeos, somente 183 sobreviveram.
Josef Mengele
Doenças: com a finalidade de se encontrar a cura da malária, tifo, tuberculose, febre amarela, febre tifoide e hepatite, milhares de presos foram deliberadamente infectados com as doenças. 90% faleceu, sendo que muitos ainda eram dissecados vivos para que os médicos pudessem ver a doença se espalhando pelo corpo.
Venenos: para registrar a reação do corpo humano a alguns compostos, assim como tentar achar o antídoto, prisioneiros foram envenenados. Os que não morreram após convulsões e outros efeitos foram mortos para análise. O mesmo foi feito com o gás mostarda, que causa queimaduras horríveis, e injeções de óleo em crianças, que posteriormente tinham os órgão levados para análise.
Regeneração: os médicos nazistas causavam propositalmente nos prisioneiros fraturas, infecções, executavam enxertos ósseos ou amputações (tudo sem anestesia) seguidas de tentativas de reimplantes para registrar como o corpo se regenerava.
Após o julgamento destes nazistas no Tribunal de Nuremberg, foi criado o Código de Nuremberg, que determina as diretrizes para o desenvolvimento de pesquisas científicas.
Os campos de concentração guardam segredos que jamais serão contados. Além das experiências médicas, os prisioneiros sofriam abusos, escravidão, destruição familiar, mortes injustificáveis e outros absurdos. Alguns médicos chegavam a ter abajures feitos de pele humana e chinelos feito de cabelo dos presos. Uma tragédia com mais de 6 milhões de vítimas que sujou a história da humanidade e que jamais será esquecida.
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